Frio intenso prejudica produção hortigranjeira na região da serra gaúcha

Frio intenso prejudica produção hortigranjeira na região da serra gaúcha

Geadas intensas podem elevar preços nas próximas semanas.

Produção de hortaliças são prejudicadas pelo frio intenso ocorrido no último final de semana na região da serra gaúcha.
As temperaturas atingiram menos de zero 0 grau, ocasionando queima e congelamento das culturas.
A bela paisagens branca, motivadora dos amantes de fotografias, que vem se destacando nos últimos dias em toda as regiões do Rio Grande do Sul, poderá também ser motivo de prejuízos na agricultura, em razão de perdas de produtos sensíveis a essas condições climáticas, refletindo-se no aumento de preço de hortaliças e alguns citros consumidos no Estado. Prejudicadas por intensas geadas, no Sul e no Sudeste, a produção agrícola de plantas e frutos sensíveis a quedas bruscas da temperatura tende a provocar aumentos no atacado e consequentemente no varejo.
Embora ainda seja cedo para prever os danos, no geral, causados a produção de hortaliças, mas na Central de Abastecimento (Ceasa Serra), por onde passa a maior quantidade dos hortigranjeiros in natura consumidos no Estado, nessa segunda feira, já foi possível constatar o reflexo ocasionado pelo intenso frio e gerada, devido a presença de um menor número de produtores no mercado do Galpão do Produtor, o que não é comum, já que, as segundas feiras são consideradas como o segundo dia da semana de maior movimento de comercialização, perdendo apenas para as quintas feiras. É bem provável que se reflita na valorização de alguns produtos a partir de hoje e para as próximas semanas, particularmente em algumas das hortaliças, como a alface, couve, temperos e outras folhosas não protegidas por estufas e túneis, mas, algumas culturas como o tomate e e o pimentão, tiveram graves prejuízos. Na propriedade do produtor Daniel Kinast, as perdas atingiram 70%, já na propriedade do senhor Welinton Fabro, em Ana Rech, a estimativa de perda é total para os cultivos protegido de pimentão e tomate.

Segundo alguns produtores, as perdas chagam a 30% na lavoura de couve flor do produtor Adriano Isoton, bem como do produtor Luís Schiavo, enquanto que em torno de 50% foram as perdas nas lavouras de alface e chicória dos produtores Luís e José Krewer. Na fruticultura, especificamente os citros, pomares localizados no município Pareci, segundo o produtor senhor Elton, também sofreram prejuízos em torno de 30% com a variedade de bergamota Pareci, por apresentar um índice maior de queda do fruto, enquanto que a variedade Ponkan, apresentou um prejuízo menor, em tono 10%, mas não ocorreu queda de fruto e sim presença de áreas com murcha.

Por outro lado, alguns produtores, com experiência ao longo dos anos no cultivo de tomates, lançaram mão de técnicas tradicionais, como a aplicação de fumaça no interior das estufas de tomate, reduzindo
Tradicionalmente nessa época do ano, a instabilidades climáticas ocasionada tanto por excessos de chuvas, geadas ou da queda de granizo, provocam o aumento de preços nos produtos atingidos logo após a ocorrência dos eventos.

A respeito das hortaliças, a geada branca promove a queima e congela os tecidos da planta, enquanto a chamada geada negra, sob tempo mais seco e frio, congela a seiva das hortaliças, ocasionando posteriormente o apodrecimento das folhas. Entretanto essas condições climáticas, já são mais favoráveis ao desenvolvimento das frutíferas, em particular as macieiras e videiras que mais horas de frio nesta época do ano. Quanto mais baixas as temperaturas e mais horas de frio melhor para o desenvolvimento dos frutos. Se a cultivares tiverem frio suficiente, elas vão ter uma brotação e floração uniformes. O que não poderá ocorrer, são oscilações de temperaturas que possam provocar com que as plantas floresçam antes do tempo.

Marcelo Nunes, Eng.
Gerente Técnico Operacional